Um assunto que gera muitas dúvidas entre os vestibulandos é a argumentação na dissertação. Entre os critérios de correção da redação do ENEM, há a obrigatoriedade de selecionar bons argumentos para o desenvolvimento do seu texto. Esse item consta da seguinte forma no edital, na competência 3:
“Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista“
Com base nessa regra, podemos perceber que os argumentos usados no texto devem ser articulados de forma a defender um ponto de vista, ou seja, uma opinião, certo? E que opinião é essa?
Bem, como já apresentamos aqui no blog, no post sobre o planejamento da redação, o ponto de partida da seleção de argumentos é a TESE. Ela funciona como uma resposta à pergunta elaborada no enunciado do tema.
Os argumentos, por sua vez, servem para fundamentar a tese, trazendo opinião e explicações, com o objetivo de convencer o corretor de que a ideia defendida faz sentido.
Eles funcionam como as justificativas do seu posicionamento, como se você olhasse para a tese e se perguntasse: POR QUÊ? Para desenvolver esses argumentos, usamos recursos que sirvam de comprovação, como:
- Exemplos
- Dados estatísticos
- Pesquisas
- Fatos atuais
- Alusões históricos
- Citações de pensadores ou especialistas
- Comparações entre fatos, situações, épocas ou lugares diferentes
E como fazer isso?
Existem muitas estratégias para argumentar de forma eficiente. A mais prática delas é trazer, nos seus parágrafos do desenvolvimento, uma parte de opinião e outra de provas do que você quer defender, como no exemplo abaixo:
Neste caso, a aluna (que conquistou 980 pontos na redação do ENEM) usou uma atualidade para desenvolver o argumento em questão. É importante notar como a opinião (“a mídia não tem interesse na resolução do racismo”) pode ser questionável se usada sozinha. Ao avaliar a frase, o corretor poderia não concordar com a ideia. Quando confrontado com o exemplo, porém, ele se convence de que a aluna pode ter razão.
Percebe-se, então, que a prova torna o argumento inquestionável. É como se o uso dessa atualidade blindasse a opinião, contornando a fragilidade de uma ideia que poderia ser considerada um “achismo”.
Outro detalhe importante é o último trecho, que apresenta um fechamento para o parágrafo. Por meio dele, a aluna estabeleceu uma relação entre a parte opinativa e a prova, o que garantiu unidade de sentido.
Na redação do ENEM e de outros vestibulares, é fundamental que os raciocínios expressos sejam completos, com começo, meio e fim, de forma que o leitor seja capaz de acompanhar a linha argumentativa sem dificuldade.
Parece claro para você? Vamos analisar outro trecho de um texto sobre a violência urbana e o crime organizado:
Nesse trecho, foram usadas duas atualidades para confirmar a afirmação da parte opinativa (“o poder público não tem controle sobre a prática de crimes no Brasil”): a ação das facções e os ataques aos presídios no Norte do país. Da mesma forma que no exemplo anterior, apresenta-se uma frase com o fechamento da linha de raciocínio, o que garante a compreensão do corretor. Assim, nada permanece implícito ou passível de interpretação, tornando a argumentação mais consistente.
Pronto! Esses dois exemplos ilustram bem a necessidade de trazer provas concretas do que se afirma, de forma a convencer o leitor (e o corretor!) do seu texto. Trata-se da melhor maneira de argumentar na redação do ENEM.
Agora que você já sabe como fazer, coloque em prática! Para alcançar a excelência na escrita, é imprescindível o treino diário. Não tem quem corrigir o seu texto? Deixe com a gente! Assine agora o pacote de correção!
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